Serviço será executado com o Banco de Olhos de Sorocaba, principal captador no Estado de São Paulo e referência no País; fila é de 10.386 pessoas, das quais, 58 no município
Santo André, 5 de outubro – Santo André será a primeira cidade do Grande ABC a integrar a rede do BOS (Banco de Olhos de Sorocaba), principal captador de córneas no Estado de São Paulo e o que mais realiza transplantes no País. A parceria, ainda em negociação com a Prefeitura de Santo André/Secretaria de Saúde, se dará por meio do CHM (Centro Hospitalar Municipal), na Vila Assunção, que também investe na área de doação de órgãos e tecidos. No município, atualmente são 58 pessoas na fila de espera por um transplante de córnea – 10.386 no Brasil.
“Com a parceria concretizada, conseguiremos aumentar expressivamente o número de córneas captadas pelo hospital”, afirmou o diretor do CHM, José Antonio Souto Tiveron, durante o III Simpósio de Doação de Órgãos e Tecidos de Santo André realizado nesta manhã, no auditório do equipamento público referência dos casos de traumatologia e neurocirurgia, principalmente de vítimas de trânsito.
Desde 2013, quando o CHM introduziu o serviço para viabilizar a doação de órgãos e tecidos, a captação de córneas só ocorre quando o paciente tem o diagnóstico de morte encefálica – interrupção irreversível das atividades cerebrais, causada mais frequentemente por traumatismo craniano, derrame ou tumor. A unidade andreense faz a notificação do óbito e a captação múltipla dos órgãos ao Instituto Dante Pazzanese, hospital paulistano referência ao CHM nesta área.
O convênio com o Banco de Olhos de Sorocaba, neste caso, possibilitaria a captação de córneas no CHM também dos outros tipos de mortes – casos de coração parado por até seis horas, ou seja, não necessariamente apenas por morte encefálica. Na década de 1990, segundo Tiveron, o Centro Hospitalar chegou a realizar transplantes, iniciativa que está nos planos da Secretaria de Saúde para ser retomada. No entanto, não neste primeiro momento - algumas conversas já estão sendo feitas com o pessoal de Oftalmologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC). “Nosso projeto agora é investir na parceria com o BOS para a captação das córneas”, reforçou o diretor, que também é médico.
O projeto será apresentado nos próximos dias ao secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, favorável a parceria – a data ainda não está fechada. Antes, detalhes jurídicos estão sendo discutidos para celebração do convênio de cooperação técnica com o Banco de Olhos de Sorocaba, que realiza 500 doações por mês no Estado. A equipe de profissionais da CIHT (Comissão Intra-Hospitalar de Transplante) passará por treinamento.
O que foi confirmado pelo enfermeiro Hudson Vergennes, coordenador do Banco de Olhos de Sorocaba. “Queremos que a fila volte a zerar no Estado como ocorria em 2008, quando em 15 dias a pessoa conseguia realizar o transplante. Para isso, toda parceria é muito importante e bem-vinda”, afirmou o profissional. Hoje, a espera tem sido em torno de nove meses. Vale ressaltar que uma doação pode devolver a visão para até quatro pessoas.
Em 2014, dos 4.659 transplantes de córneas no Estado de São Paulo, o Banco de Olhos de Sorocaba – Hospital Oftalmológico realizou 1.694. Neste ano, até agosto, foram 1.370 procedimentos, dos quais, 1.182 executados pela instituição referência no País e 188 no Hospital São Paulo, gerido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Pela legislação brasileira, a doação de órgãos e tecidos só é permitida após a morte, com a autorização dos familiares. Neste sentido, o Cartão do Doador representa o desejo da doação em vida e uma forma de a família se conscientizar. “Um gesto simples e que pode dar a oportunidade de pessoas enxergarem”, apontou o coordenador do Banco de Olhos de Sorocaba, cidade que tem taxa de doação entre 70% e 80%. A rejeição gira em torno de 5%.
Na região, a instituição sem fins lucrativos, localizada em Sorocaba, interior do Estado, possui parceria com funerária instalada em São Caetano no trabalho de captação de córneas.
Foto – Referência no atendimento de pacientes vítimas de traumas, o CHM também investe no trabalho de notificação e capacitação de órgãos e tecidos
Crédito – Diego Barros/PSA
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Sobre a Secretaria de Saúde
Com orçamento previsto de R$ 522,171 milhões para 2015, a Secretaria de Saúde tem destinado o maior valor da peça orçamentária da Prefeitura de Santo André. O governo tem na Pasta uma de suas prioridades, inclusive com a construção de novos equipamentos públicos aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde).
A rede de saúde municipal é composta por 33 USs (Unidades de Saúde); dois hospitais (Centro Hospitalar Municipal e Hospital da Mulher); três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 horas; quatro PAs (Prontos Atendimentos) 24 horas; três Centros de Especialidades Médicas; um Centro de Reabilitação Municipal; dois Centros de Especialidades Odontológicas; um Ambulatório de Moléstias Infecciosas; um Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, um Centro de Terapia Comunitária e um laboratório de análises clínicas, além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Na área de Saúde Mental, são quatro Naps (Núcleos de Atenção Psicossocial), um Caps (Centros de Atenção Psicossocial), cinco residências terapêuticas, duas repúblicas terapêuticas, um consultório na rua (veículo), um Centro de Atenção à Saúde Mental e um Núcleo de Projetos Especiais. Na diretoria de Vigilância à Saúde, o município dispõe de divisões de Vigilância Sanitária; Epidemiológica; Saúde do Trabalhador e Controle de Zoonoses e Ambiental.
A Secretaria de Saúde trabalha em parceria com a Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, que oferece vários serviços e atendimentos à população. A Pasta também oferece apoio diagnóstico e terapêutico, desde municipal até terceirizado, por meio de contratos e convênios.
A respeito de Santo André
A Vila de Santo André da Borda do Campo foi fundada em 8 de abril de 1553 e extinta em 1560. A localidade passou a ser parte do município de São Paulo e apenas em 1889 é que a região passou a ter um município com nome de São Bernardo. Este abrigava todo o ABC, e com a transferência de sede em 1939 passou a ser denominado Santo André. Este nome permaneceu, e após diversas emancipações de distritos, em 1953, o município de Santo André passou a ter a área atual de 174,38 km².
Localiza-se no ABC paulista (Região Metropolitana de São Paulo), distante 18 km da Capital. A cidade é estratégica para o setor logístico, pois está inserida no principal pólo econômico brasileiro, próxima a algumas das principais rodovias estaduais e federais, as quais dão acesso ao Porto de Santos e aos aeroportos de Cumbica e de Congonhas.
Conforme último Censo, divulgado em 2010, com estimativa para 2014, Santo André possui 707.613 habitantes. No ano de 2012, o PIB (Produto Interno Bruto) foi de R$ 18,085 bilhões, sendo o 32º maior do País e o 12º maior entre as cidades do Estado de São Paulo.
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Elaine Granconato – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.