Projeto introduzido no setor crítico do hospital de Santo André traz resultados positivos; bastam álcool gel, água e sabão para higienização antes e pós os procedimentos na prevenção de germes
Santo André, 29 de março de 2016 – A UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto do CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André, com 30 leitos e instalada no terceiro andar, conseguiu, nos dois primeiros meses deste ano, reduzir a densidade de incidência de infecção em 22,8%. A boa notícia, principalmente para os pacientes internados com risco iminente de morte, é decorrente do ‘Mãos Limpas’, projeto retomado em outubro do ano passado e que consiste na higienização das mãos não só pelos profissionais da saúde como pelos visitantes. A receita é bem simples: basta álcool gel ou lavagem com água e sabão para prevenção da transmissão de germes.
Sem dúvida, a mais básica, barata e eficiente ação para controle da infecção hospitalar em setores críticos de uma unidade de urgência e emergência, como é o caso de uma UTI. Apesar de medida simples e de suma importância, a adesão à higiene das mãos antes e após a assistência ao paciente era baixa pelos profissionais de saúde, inclusive da classe médica, como admitiu Rui Vandro de Oliveira Amorim, médico intensivista no CHM e que faz parte da equipe multidisciplinar do projeto. “Antes, era um procedimento muito mais realizado pela enfermagem, que, aos poucos, passou a ser adotado pelos médicos, principalmente por conta dos resultados positivos obtidos”, afirmou o profissional.
Os números comprovam que, após a introdução do projeto, o índice de infecções caiu na UTI adulto. Em 2015, neste setor, a média de incidência de infecção registrou 21,43 para cada mil pacientes dia, indicador que baixou para 16,54 entre janeiro e fevereiro deste ano e apontou diferença de 22,8%, segundo levantamento do Necih (Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar) do CHM. “Na prática, a resposta terapêutica acaba sendo muito melhor para a alta do paciente internado na UTI”, avaliou o médico.
Entre os 30 leitos disponíveis na UTI, atualmente, durante o processo de internação, a estatística aponta média de apenas dez pacientes clínicos colonizados – portadores das bactérias multirresistentes aos antibióticos e susceptíveis a desenvolver a infecção hospitalar. Antes, a média girava entre 20 e 25 usuários no seto. “O salto foi enorme a partir da conscientização dos profissionais sobre a importância da higienização das mãos antes e após os procedimentos”, disse a enfermeira Sandra Regina Germano Bazilio do Carmo, coordenadora da Enfermagem na UTI adulto.
EDUCATIVO – Para a quebra de paradigmas, os cerca de 140 profissionais da UTI adulto, entre equipes médica e de enfermagem, mais fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e até mesmo auxiliares administrativos e de limpeza, passaram por capacitação técnica. Logo de cara, os trabalhadores foram submetidos ao preenchimento de questionário para identificação das dificuldades do setor, como pias adequadas e dispensadores de álcool gel e papel toalha, além de dúvidas, entre as quais, quando higienizar as mãos com água e sabão, e quando com álcool gel.
“A forma como as pessoas da UTI adulto assumiram o projeto é que foi inovadora”, reforçou a enfermeira Ana Paula Marcon Carniel, que trabalha no Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar. Em 2011, a profissional vivenciou projeto-piloto introduzido em outro setor do CHM, mas que foi descontinuado ao longo do tempo. Recentemente, no entanto, até teatro com os sete erros mais comuns do cotidiano dentro de um hospital, como manipular equipamentos com luva suja ou sem a troca do avental de um paciente para o outro, foi realizado. “A aceitação foi ótima da equipe. Trabalhamos um tema mais complexo de forma lúdica e dinâmica”, apontou a também enfermeira Sandra Regina.
A importância da higienização das mãos também chegou aos visitantes dos pacientes internados nesse setor mais crítico, que, diariamente, recebe os familiares das 16h às 17h, e das 20h às 21h. “Falamos da importância do antes e após a visita em um ambiente hospitalar, principalmente com o uso do álcool gel ou mesmo da lavagem das mãos com água e sabão”, afirmou Sandra Regina.
Para Ana Paula, a diminuição da densidade de incidência da infecção também reduz a média de permanência do paciente na UTI. “Sem falar na redução dos custos ao hospital com os medicamentos – a maioria composta por antibióticos de custo alto – como da própria mortalidade”, afirmou a enfermeira. O indicador de infecção é a densidade de incidência, na qual se leva em conta o tempo de exposição do paciente ao risco. Aos poucos, o Projeto Mãos Limpas chega aos outros setores do CHM, como UTI pediátrica, pediatria, Unidade de Traumatologia e clínicas médica e cirúrgica.
Confira os cinco os momentos para higienização das mãos |
1-) Antes de qualquer contato com o paciente; |
2-) Antes da realização de procedimento asséptico; |
3-) Após risco de exposição a fluidos corporais; |
4-) Após contato com o paciente; |
5-) Após contato com áreas próxima ao paciente. |
Sobre a Secretaria de Saúde
Com orçamento previsto de R$ 574.526.000,00 para 2016, a Secretaria de Saúde tem destinado o maior valor da peça orçamentária da Prefeitura de Santo André.
A rede de saúde municipal é composta por 33 unidades de atenção básica; dois hospitais (Centro Hospitalar Municipal e Hospital da Mulher); três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 horas; quatro PAs (Prontos Atendimentos) 24 horas; três Centros de Especialidades Médicas; um Centro de Reabilitação Municipal; dois Centros de Especialidades Odontológicas; um Ambulatório de Moléstias Infecciosas; um Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, um Centro de Terapia Comunitária e um laboratório de análises clínicas, além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Na área de Saúde Mental, são quatro Caps (Centros de Atenção Psicossocial); cinco serviços residenciais terapêuticos; duas repúblicas terapêuticas; um consultório na rua (veículo) e um Caps itinerante, além de Núcleo de Projetos Especiais. Na Vigilância à Saúde, o município dispõe de divisões Sanitária, Epidemiológica, Controle de Zoonoses/Ambiental e Saúde do Trabalhador.
A Pasta também oferece apoio diagnóstico e terapêutico, desde municipal até terceirizado, por meio de contratos e convênios. Também trabalha em parceria com a Fundação do ABC, mantenedora da Faculdade de Medicina, que oferece serviços e atendimentos à população.
A respeito de Santo André
A Vila de Santo André da Borda do Campo foi fundada em 8 de abril de 1553 e extinta em 1560. A localidade passou a ser parte de São Paulo e apenas em 1889 é que a região passou a ter um município com nome de São Bernardo, que abrigava todo o ABC. Com a transferência de sede em 1939, passou a ser denominado Santo André. O nome permaneceu, e após diversas emancipações de distritos, em 1953, Santo André passou a ter a área atual de 174,38 km².
Localiza-se no ABC paulista (região metropolitana de São Paulo), distante 18 km da capital. A cidade é estratégica para o setor logístico, pois está inserida no principal polo econômico brasileiro, próxima a algumas das principais rodovias estaduais e federais, as quais dão acesso ao Porto de Santos e aos aeroportos de Cumbica e de Congonhas.
Conforme o Censo 2010, com estimativa para 2014, Santo André possui 707.613 habitantes. Em 2012, o PIB (Produto Interno Bruto) foi de R$ 18,085 bilhões, sendo o 32º do País e o 12º no Estado de São Paulo. O orçamento previsto para 2016 é de R$ 3,38 bilhões.
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Elaine Granconato – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.