Evento tem início nesta quinta-feira (2), às 9 horas; programação segue até sábado, com atividades e show cultural no Teatro Municipal de Santo André
Santo André, 1 de junho de 2016 - A cidade de Santo André abrigará amanhã (2), a cerimônia de abertura do primeiro seminário internacional sobre as mulheres guerrilheiras que lutaram contra as ditaduras da América Latina e do Caribe. O evento “A Justa Rebeldia das Mulheres da América Latina e do Caribe” tem início às 9 horas, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e prossegue até o sábado (4) com programação durante o dia todo no Teatro Municipal de Santo André. (Veja abaixo a programação completa)
Realizado pelo Instituto Centro de Memória & Atualidades – IMA em parceria com a prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Política para Mulheres e a de Direitos Humanos e Cultura de Paz, o encontro contará com a presença de mulheres que guerrearam em Cuba, Bolívia, Nicarágua, Brasil, Colômbia e Venezuela, Peru, El Salvador, Paraguai e Uruguai narrando suas experiências no combate à ditadura.
As experiências apresentadas durante os depoimentos e palestras do evento vão resgatar os fatos históricos ainda desconhecidos do grande público sobre a resistência das mulheres no continente, informações que serão transformadas em livro, de acordo com a secretária de Políticas para Mulheres de Santo André, Silmara Conchão.
Segundo Silmara, o Seminário tem como objetivo proporcionar uma maior conscientização dos jovens, principalmente mulheres, de hoje, com relação ao período recente da história brasileira, da América Latina e do Caribe. “Queremos também despertar maior interesse da população sobre a verdadeira história destes países e das pessoas que lutaram por uma sociedade mais justa”, acrescentou Silmara.
História – Durante, principalmente, a década de 60, durante a Guerra Fria, os golpes militares aconteceram como uma reação à ameaça comunista. No Brasil, foi em 1964, na Bolívia, em 1964, na Argentina, em 1966, no Peru, em 1968 e depois, na década de 70, mais golpes, no Uruguai, em 1973, novamente na Bolívia, em 1971 e na Argentina, em 1976.
A luta revolucionária com o objetivo de tomar o poder, a exemplo de Cuba, passou, nos anos 70, a ser uma luta de resistência contra as ditaduras civil-militares. Dezenas de milhares de pessoas foram presas, torturadas e assassinadas. Milhares de militantes estão desaparecidos até hoje.
Naquele período, a guerra de guerrilhas foi amplamente difundida na América Latina e Caribe. Os principais grupos guerrilheiros surgiram na Colômbia, Venezuela, Peru, Guatemala, Argentina, Brasil, Nicarágua, entre outros. Contudo, somente duas guerras de guerrilhas conquistaram o poder. A primeira foi em Cuba, no ano de 1959, na chamada Revolução Cubana, com os líderes Fidel Castro e Ernesto Che Guevara. O segundo movimento guerrilheiro que ostentou a tomada do poder na América Latina se deu na Nicarágua, em 1979, por meio da Frente Sandinista de Libertação Nacional.
Nessa luta é impossível deixar de mencionar a participação das mulheres. A mulher latino-americana e caribenha se fez presente como grande protagonista na luta pelas mudanças sociais e na resistência. Dezenas foram assassinadas pelas ditaduras por que lutaram contra a tirania.
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira, 2 de junho - 9 horas - Abertura
As ex-guerrilheiras do Chile, Bolívia, Paraguai e Panamá vão contar suas experiências de rebeldia
Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
Rua Gertrudes de Lima, 202 – Santo André – Centro
PALESTRANTES
“A resistência armada das mulheres chilenas à ditadura de Pinochet” -VILMA OLIVARES CAYUL – CHILE
“A ousadia das mulheres que lutaram ao lado de Che Guevara” - LOYOLA GUSMÁN – BOLÍVIA
“Dificuldades das mulheres paraguaias no enfrentamento da ditadura de Stroessner” - BASÍLICA ESPÍNOLA – PARAGUAI
“Libertária, internacionalista e sobrevivente” - ANDA A.A. RECUERO (JOSSY) - PANAMA
14 horas
Tarde intimista com a juventude e coletiva de imprensa
Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
Rua Gertrudes de Lima, 202 – Santo André – Centro
Das 14:30 às 17:00 horas
Mulheres de fibra e luta vão conversar com jovens e estudantes e também vão responder as perguntas de jornalistas.Estarão presentes ex guerrilheiras do Chile, Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Panamá, Nicarágua, El Salvador e mulheres dos movimentos sociais e indígena do Peru e Honduras.
18h30
As ex guerrilheiras da Argentina, Peru, Nicaragua e Honduras vão contar suas experiências de rebeldia
Sindicato dos Bancários do ABC
Rua Xavier de Toledo, 268 – Centro, Santo André
Das 18h30 às 21:00 horas
PALESTRANTES
“A importância das mulheres argentinas na luta de resistência armada”
DINORA ELDA GEBENNINI – ARGENTINA
“A força da mulher indígena nas lutas populares de resistência”
RINA MORA GUTIERREZ – PERU
“A participação ativa das mulheres na guerrilha vitoriosa sandinista”
MIRIAM DEL SOCORRO P. AMADOR (MARIA LIBERTAD) – NICARAGUA
“A luta popular das mulheres hondurenhas”
SARA GUTIERREZ – HONDURAS
Sexta-feira, 3 de junho de 2016
Às 18h30
As ex guerrilheiras do Uruguai, Argentina, El Salvador e Brasil vão contar suas experiências de rebeldia
Centro Universitário Fundação Santo André
Auditório da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – FAFIL
Av. Príncipe de Gales, 821 – Santo André
PALESTRANTES
“As mulheres do grupo Tupamaros na luta pela democracia”
NELLY GRACIELA JORGE PANCERA – URUGUAI
“A participação ativa das guerrilheiras argentinas na derrubada da ditadura”
MARIA CRISTINA BOLLATTI – ARGENTINA
“A história das mulheres na resistência armada de El Salvador”
ROSA MARINA (MARIPOSA) – EL SALVADOR
“As mulheres da resistência brasileira que participaram da guerrilha”
CIDA COSTA – BRASIL
Sábado, 4 de junho das 9 às 18 horas
Teatro Municipal Santo André,
Paço Municipal – Praça IV Centenário
9 horas:
ABERTURA OFICIAL DO EVENTO
Intervenção Perfomática – Cia de Dança
Tema - As Mulheres de Ontem e de Hoje na Grande América Latina
Anfitrião: Carlos Grana, Prefeito de Santo André e Luiz Marinho, Presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC
10 horas
AS GUERRILHEIRAS DA AMÉRICA LATINA E CARIBE
Tema – A LUTA DE GUERRILHA E A REALIDADE ATUAL. VALEU A PENA?
Coordenação da Mesa: Silmara Conchão, Secretaria de Políticas para as Mulheres - SPM
Composição da Mesa: ex guerrilheiras de 13 países latino-americanos e caribenhos
14h30
AS ALEGRIAS E SONHOS EM LUTAR PELA LIBERDADE – PRISÕES E TORTURA FORAM APENAS CONSEQUÊNCIAS
16h30
Encerramento
Lançamento da CARTA DAS MULHERES GUERREIRAS DA AMÉRICA LATINA E CARIBE e SHOW MUSICAL.
Mais informações para a imprensa: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.