Fila de espera, que era de 128 mil solicitações no início do ano, caiu para 58 mil após ações do programa Saúde Fila Zero
Santo André, 26 de setembro de 2017 - O Programa Saúde Fila Zero já conseguiu zerar a demanda herdada por consultas nas especialidades de urologia, otorrinolaringologia, nutrição e endocrinologia, e também a fila de exames de mamografia, densitometria óssea e ultrassom de próstata. Os dados foram divulgados na prestação de contas do programa, realizada nesta terça-feira (26). Com todas as frentes do projeto, a fila de espera que em janeiro, era de 128 mil solicitações, foi reduzida para 58 mil. A expectativa da administração é zerar este número nos próximos três meses, com mais dois mutirões de saúde e o cadastro de novos equipamentos para a compensação tributária por meio da prestação de serviços.
“Nós queremos zerar essa fila ainda neste ano. Estamos no caminho, conseguimos já atender mais da metade dessa demanda”, afirmou o prefeito de Santo André, Paulo Serra. O tempo médio de espera em outras especialidades foi reduzido expressivamente. Quem precisava passar por cardiologista e cirurgião vascular, esperava antes do programa, em média 10 e 24 meses, respectivamente. Essa média foi reduzida em 90%. As solicitações para consulta com oftalmologista levavam em média 8 meses para serem atendidas e agora, levam em média dois meses, assim como dermatologia que passou de 30 meses para 12 meses e neurologia que passou de 36 meses para 18 meses.
No caso dos exames, endoscopia e ultrassom de mamas tiveram redução de 60% no tempo médio de espera, que era de 8 e 18 meses, respectivamente. O ultrassom transvaginal faz parte do pacote de exames preventivos, ou seja, todo ano por ser refeito, gera muita demanda, porém mesmo assim, o tempo médio de espera que era de 18 meses passou para 9 meses. O ecocardiograma teve redução de 14 meses para 3 meses de espera. Por fim, o Bera, exame de diagnóstico de problemas nervo auditivo, como tumores, ou tronco encefálico, não tinha referência no município e passou a ter nas clínicas cadastradas.
A redução de 70 mil solicitações foi alcançada por meio dos quatro mutirões de saúde e os mais de 10 mil atendimentos realizados no Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama e Clínica Ana Rosa, por meio da compensação tributária. Cerca de 28% desse total saiu da fila, pois foi constatada duplicidade no cadastro do usuário, mudança de telefone e endereço ou por desistência do paciente após muito tempo de espera. “Por isso a informatização que estamos buscando para toda a rede é primordial porque o processo hoje em dia é todo feito no papel. Isso é inaceitável pensando no tamanho que Santo André possui. Nós reorganizamos também nossa ouvidoria para que o usuário que não recebeu retorno após anos de espera, possa nos procurar e receber uma resposta”, acrescentou a secretária de saúde, Ana Paula Peña Dias.
Outra ação foi a pactuação com o Estado para o aumento de 10% nas cotas disponibilizadas para o município em equipamentos como o Hospital Estadual Mario Covas, Hospital Serraria e AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades) Santo André e Mauá. O prefeito Paulo Serra explica que “esse diálogo surgiu no grupo de trabalho do Consórcio [Intermunicipal do Grande ABC]. Os usuários, que às vezes fazem um exame, mas precisam passar por especialista, para não esperarem na fila do município quando ela é maior do que a do Estado, são encaminhados para esses equipamentos estaduais”.
A administração implantou também a inédita pesquisa pós-atendimento dentro do programa. “Nossa equipe liga para todos os usuários. Claro, como a demanda é grande não é logo no dia seguinte, mas todos são procurados para darem sua opinião”, explicou o prefeito. Os índices de avaliação surpreenderam positivamente a gestão, pois alcançaram 93% de aprovação.
Texto: Bianca Fontes