Semasa e Prefeitura promoveram encontro com especialistas
Santo André, 23 de junho de 2018 - Diante de um planeta que passa por profundas mudanças sociais e econômicas, quais são as alternativas de gestão de recursos que mais se aproximam da sustentabilidade social e ambiental? Uma dessas alternativas, a economia colaborativa, foi tema de um seminário promovido neste sábado (23) pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), em parceria com a Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente.
Parte dos eventos do Mês do Meio Ambiente, o encontro trouxe para o debate especialistas, que contaram para uma plateia majoritariamente de estudantes, exemplos desta nova prática de gestão da economia.
"O colaborar é uma ferramenta de organização e transformação do mundo", explicou Camila Haddad, mestre em meio ambiente e especialista em economia colaborativa e desenvolvimento sustentável. Para ela, o colaborar proporciona um outro olhar para a solução dos problemas atuais da sociedade, principalmente porque usa recursos que já existem. "É preciso ficar claro que as coisas finitas não são necessariamente escassas", salientou, ao lembrar que toda matéria é cíclica e tem capacidade de transformação.
O conceito de riqueza foi principal ponto da apresentação da jornalista e agricultora urbana Claudia Visoni, uma das fundadoras do grupo Hortelões Urbanos. "A riqueza hoje está associada a dinheiro no banco, mas o que tem valor real é o que precisamos para viver: água, ar, moradia, alimento, energia. É para isso que temos de focar o nosso olhar. A economia formal está em crise e não parece olhar para o meio ambiente”, disse.
Claudia também explicou os conceitos da permacultura – a cultura da permanência, que tem por objetivo fazer com que os assentamentos humanos sejam ecologicamente corretos e viáveis, e por consequência sustentáveis para as futuras gerações. Os três princípios éticos da permacultura são cuidar das pessoas, cuidar da natureza e partilhar o excedente.
Fábio Hideki Takara, que é idealizador da Firgun – uma plataforma de empréstimos coletivos – contou um pouco sobre sua experiência com economia colaborativa no mundo financeiro. “Quando colocamos nosso dinheiro em um grande banco, não sabemos em qual projeto ele vai investi-lo. Na plataforma colaborativa você sabe onde investiu e sabe que o seu dinheiro também vai girar uma economia local, causando um bem social”, disse.
A conexão pelo bem coletivo também foi um dos temas da apresentação de Gabriel Menezes, do Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental, organizador da Rota do Cambuci. “Esta nova proposta de economia percebe pessoas não movidas pelo luxo, mas que querem se conectar pelo bem coletivo, por uma causa”, disse. Para ele, o compartilhar é o presente e o futuro. “A qualidade de vida você não vai conseguir competindo, mas sim colaborando”, finalizou.
O seminário aconteceu no Anfiteatro Heleny Guariba, no Paço Municipal. Confira aqui a programação do Junho Verde - https://junhoverde2018.wixsite.com/mesdomeioambiente
Texto: Viviane Raimundi
Foto: Divulgação/ Semasa