O Natal se aproxima e com ele a ansiedade dos consumidores para as compras. Há um mês para a chegada da data mais esperada do ano, a movimentação nas lojas já é grande. Entretanto, a euforia pode resultar em armadilhas que levam ao endividamento. O alerta é da diretora do PROCON de Santo André, Ana Paula Satcheki.
Nesta época do ano, a tendência dos consumidores é fazer mais gastos que o normal, principalmente com o recebimento do 13º salário, de acordo com Satcheki. “Sair às compras é comum no final de ano. Agora, é preciso ter critérios para isso”, ressalta.
Para evitar problemas, não se tornar um devedor, e não ficar com o nome sujo na praça, o consumidor deve, em primeiro lugar, se organizar, e criar uma lista com nome das pessoas que pretende presentear, e os respectivos presentes. “É uma maneira de se estabelecer prioridades dentro do orçamento. Primeiro vêm os familiares mais próximos, ou seja, filhos, esposa, marido e pais. Depois, os amigos e conhecidos”, explica Satcheki.
Na lista de prioridades, é preciso incluir ainda o presente de amigo secreto, brincadeira tradicional das festas de final de ano nas empresas. Há também os empregados que gostam de presentear os chefes. Neste caso, o valor do presente também deve ser levado em consideração, segundo a diretora do PROCON.
De acordo com Satcheki, o ideal é que os gastos do consumidor não ultrapassem 30% do salário, mesmo com a gratificação do Natal. “Muitas pessoas se iludem com o pagamento do 13º, se esquecem das dívidas e acabam compromefinanceiramente”.tidas
Outra situação que ocorre, no período natalino, e faz com que o consumidor comece o ano no vermelho é a compra compulsiva das tradicionais lembrançinhas, conforme a diretora do PROCON. “Como esses produtos têm preços baixos, as pessoas vão desembolsando sem fazer o cálculo das compras. Quando percebem já é tarde demais”.
A pesquisa também é uma ferramenta essencial para se fazer boas compras. A variação de preços dos produtos, principalmente brinquedos, pode ultrapassar 100% em alguns estabelecimentos. “É importante que o consumidor não deixe para fazer as compras na última hora, como a maior parte dos brasileiros. Tem que ter tempo para comparar os valores dos produtos”, diz Satcheki.
Além da diferenciação de preços, outro aspecto que tem que ser levado em consideração, na hora da compra, é a qualidade dos produtos. A diretora do PROCON destaca que o consumidor deve olhar as características dos produtos, verificar se possuem garantia, se não oferecem algum tipo de risco, se têm defeitos, e se estão dentro das normas técnicas estabelecidas pelos órgãos responsáveis.
Satcheki conclui orientando aos consumidores que jamais adquiram produtos piratas, pois apesar de parecerem vantajosos com relação ao preço, são ilegais, prejudicam a arrecadação de impostos, não têm garantias e principalmente pode oferecer riscos a saúde. “Imagine, por exemplo, a criança que ganha do Papai Noel um brinquedo pirata, e que após a euforia e a expectativa pelo presente ganho, constata que o produto não funciona. São frustrações que para o imaginário de uma criança poderão levar meses, e até anos para serem esquecidas”, explica.
Ivana Hammerle
