Projeto nasceu dos integrantes do Caminhando para a Saúde e virou ponto de visitação diária no bairro de Santo André; hortaliças, flores e ervas medicinais compõem o cenário
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Santo André, 16 de junho de 2015 – Não só de médicos, enfermeiros, remédios e vacinas integram a rotina diária da Unidade de Saúde do Campestre, localizada em bairro tradicional de Santo André. Ali, os cerca de 12 mil pacientes atendidos na rede de atenção básica têm cenário diferenciado não só para os olhos como até mesmo para o paladar. Azaleia, Onze Horas e Sapatinho de Boneca, entremeadas a ervas medicinais, como cidreira, capim santo e hortelã, ou temperos diversos, coentro e manjericão roxo, fazem parte da horta vertical idealizada pelos componentes do Programa Caminhando para a Saúde, funcionários e comunidade em geral. O local, inclusive, virou point de visitação.
“Nossa, é tudo de bom! Levo as ervas para casa, entre melissa e hortelã, para tomar o chá à noite. Além de relaxar, a gente tem um sono tranquilo”, afirmou Edna Maria de Oliveira Pinto, 60 anos, residente há 12 anos no bairro e uma das 2.076 inscritas no programa municipal, que reúne ações de saúde, atividade física, lazer e cidadania nas 33 unidades da rede de atenção básica – a maioria para pessoas com mais de 60 anos.
O que foi compartilhado pela colega de turma e aposentada Naime Gregório de Souza, 73 anos, moradora há 43 anos no bairro. “Adoro levar coentro para temperar o frango e o peixe. Agora, estou de olho na muda e esperando crescer”, contou a hoje dona de casa nascida em Bragança Paulista (SP), mas que se acostumou com o tempero característico da população do Norte e Nordeste.
Aliás, as sementes do coentro foram levadas pela diarista Maria das Dores Pessoa da Silva, 48 anos, que integra o grupo das idealizadoras da horta, que, inicialmente, começou em um pedacinho de terra nos fundos da unidade de saúde. “Era para o espaço ter sido cimentado, mas não achei justo. Foi quando surgiu a ideia de se criar um canteiro”, ressaltou a enfermeira Sandra Ichikawa, coordenadora da Unidade de Saúde do Campestre há dois anos.
O canteiro pioneiro, com cerca de cinco metros quadrados, inclusive, existe até hoje com pés de maracujá, laranja e mamão, além de hortaliças, como alface, entre outros condimentos e temperos, como pimenta arriba-saia e manjericão. E foi da horta horizontal comunitária que tudo teve início, segundo o avaliador físico Ricardo Miranda, 46 anos, que comanda as aulas duas vezes por semana do Caminhando para a Saúde. “Começamos com oito alunos. Hoje, temos 45 inscritos. Depois da parte física realizada na área externa do supermercado aqui ao lado, a gente vinha para a unidade mexer com a terra. De repente, o espaço foi ficando pequeno pela grande adesão. O jeito, então, foi criar a horta vertical”, explicou o professor de Educação Física.
RECICLADO – Projeto idealizado há cerca de um ano pelo artista plástico Agnaldo Finardi, 48 anos, de São Paulo, que também é funcionário administrativo na unidade de saúde. Neste caso, a comunidade foi fundamental no processo. A horta vertical para as hortaliças de pequeno porte e temperos surgiu, primeiramente, do recolhimento de 60 garrafas PET, que depois passariam pela técnica de marmorização por imersão (tinta plástica e verniz vitral) – na sequência os recipientes recicláveis receberam corte em um dos lados para o plantio.
“A ideia era estimular a criatividade das pessoas com o uso de material reciclado”, explicou Finardi, que também assinou os diferenciados 16 conjuntos de mosaico, dispostos em formato de móbiles e intercalados aos vasos decorados e coloridos, originários das garrafas plásticas, dispostos em cordões com variação de altura. Outro detalhe ficou em dar o nome de cada planta, objeto de etiquetas recicladas trabalhadas pela artista plástica Nilma Ongaro de Souza, de São Bernardo. No total, a produção do trabalho durou em torno de quatro meses.
A participação popular também contou com a doação espontânea de parte das mudas pela florista Gema Vechier, antiga moradora do bairro. Atualmente, a horta vertical atinge em torno de 15 metros, o que, em breve, deverá chegar a 22 metros – até chegar na entrada da unidade, localizada na rua Simão Jorge, 550. “Vamos aumentar gradativamente”, adiantou o artista plástico e voluntário, que confeccionou as peças nos fins de semana em seu ateliê. As flores, ervas e hortaliças estão instaladas no corredor da área externa da unidade, exatamente em frente à sala de vacina.
Situação que deverá ocorrer muito em breve. Sem espaço, as pessoas do bairro, inclusive os usuários da unidade, estão trazendo as mudas e colocando no chão, abaixo da horta vertical. “Agora, estamos pintando os potes de sorvete para transformá-los em floreiras”, contou Finardi.
ATRAÇÃO – Mas não é só o grupo da terceira idade que se encanta com a proposta que une saúde com qualidade de vida. O local tem sido ponto de visitação diária da população, inclusive dos pacientes. Foi o caso da dentista piauiense Renata Coutinho Cruz, 31 anos, que há nove meses mudou-se para o bairro. No colo da mãe, o pequeno Pedro, um ano e três meses, de forma automática, parou de chorar, após sair da sala de vacinação e se deparar com a horta vertical. “A criança sai estressada e esse cenário o distraiu”, afirmou, encantada com o que via, a também mãe de André, 2 anos, e que aguarda a chegada das gêmeas Mariana e Melissa.
Para o coordenador do Caminhando para a Saúde, Sebastião Fernando Pacini Neves, a proposta da horta vertical, que será lançada em breve como Projeto Plantar Saúde, só deu certo por conta do envolvimento da comunidade. “A pessoa se apoderar da unidade como forma de combater doença e produzir vida”, apontou o cirurgião-dentista de formação. A responsável pelo equipamento público complementou: “É uma forma de integrar o paciente com a unidade”, afirmou Sandra.
Foto – Integrantes do Caminhando para a Saúde cuidam da horta vertical, que surgiu da parceria entre a comunidade e os funcionários da unidade básica do bairro Campestre, em Santo André: produção de vida
Crédito: Anderson Pedro/PSA
Sobre a Secretaria de Saúde
Com orçamento previsto de R$ 566.994 milhões para 2015, a Secretaria de Saúde tem destinado o maior valor da peça orçamentária da Prefeitura de Santo André. O governo tem na Pasta uma de suas prioridades, inclusive com a construção de novos equipamentos públicos aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde).
A rede de saúde municipal é composta por 33 USs (Unidades de Saúde); dois hospitais (Centro Hospitalar Municipal e Hospital da Mulher); três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 horas; quatro PAs (Prontos Atendimentos) 24 horas; três Centros de Especialidades Médicas; um Centro de Reabilitação Municipal; dois Centros de Especialidades Odontológicas; um Ambulatório de Moléstias Infecciosas; um Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, um Centro de Terapia Comunitária e um laboratório de análises clínicas, além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Na área de Saúde Mental, são quatro Naps (Núcleos de Atenção Psicossocial), um Caps (Centros de Atenção Psicossocial), quatro residências terapêuticas, duas repúblicas terapêuticas, um consultório na rua (veículo), um Centro de Atenção à Saúde Mental e um Núcleo de Projetos Especiais. Na diretoria de Vigilância à Saúde, o município dispõe de divisões de Vigilância Sanitária; Epidemiológica; Saúde do Trabalhador e Controle de Zoonoses e Ambiental.
A Secretaria de Saúde trabalha em parceria com a Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, que oferece vários serviços e atendimentos à população. A Pasta também oferece apoio diagnóstico e terapêutico, desde municipal até terceirizado, por meio de contratos e convênios.
A respeito de Santo André
A Vila de Santo André da Borda do Campo foi fundada em 8 de abril de 1553 e extinta em 1560. A localidade passou a ser parte do município de São Paulo e apenas em 1889 é que a região passou a ter um município com nome de São Bernardo. Este abrigava todo o ABC, e com a transferência de sede em 1939 passou a ser denominado Santo André. Este nome permaneceu, e após diversas emancipações de distritos, em 1953, o município de Santo André passou a ter a área atual de 174,38 km².
Localiza-se no ABC paulista (Região Metropolitana de São Paulo), distante 18 km da Capital. A cidade é estratégica para o setor logístico, pois está inserida no principal polo econômico brasileiro, próxima a algumas das principais rodovias estaduais e federais, as quais dão acesso ao Porto de Santos e aos aeroportos de Cumbica e de Congonhas.
Conforme último Censo, divulgado em 2010, com estimativa para 2014, Santo André possui 707.613 habitantes. No ano de 2012, o PIB (Produto Interno Bruto) foi de R$ 18,085 bilhões, sendo o 32º maior do País e o 12º maior entre as cidades do Estado de São Paulo.
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Elaine Granconato – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.