O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) registrou um déficit orçamentário no ano passado na ordem de R$ 26 milhões, estrago que só não foi maior porque os técnicos financeiros da autarquia conseguiram estancar o problema e economizar R$ 33,9 milhões. A conquista foi possível graças a ajustes administrativos como redução de horas-extras, reestruturação de equipes e gestão racionalizada. Se não houvesse essa intervenção, o déficit teria chegado a R$ 60 milhões. Um dado curioso é que se não houvesse os atrasos, a empresa pública teria um superávit de R$ 34 milhões.
O déficit apresentado pelo Semasa foi gerado por uma série de fatores ocorridos nos últimos anos. Os dois mais graves foram o atraso de repasses das obras do PAC na ordem de R$ 22,5 milhões e a interdição do Aterro Municipal de Santo André, que gerou um prejuízo de R$ 16 milhões aos cofres da autarquia. “Recebemos o aterro praticamente extinto, um problema crônico que tivemos que arcar com o prejuízo. Em relação ao PAC, para não parar as obras na cidade, o Semasa pagou as empresas executoras, mas não recebeu o repasse no tempo correto. Esperamos contar com esse dinheiro reposto ainda esse ano”, explica o superintendente do Semasa, Dr. Ângelo Pavin.
Além dos problemas mencionados, outros itens também afetaram substancialmente as contas da autarquia. Os reparos dos pontos danificados nas margens do Rio Tamanduateí, em trecho de aproximadamente 1,5 km que corta Santo André, foram iniciados em caráter emergencial pelo Semasa, mesmo a intervenção sendo de responsabilidade do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Somente nesta obra já foram gastos R$ 15 milhões. “O Prefeito Dr. Aidan Ravin esteve com o governador Geraldo Alckmin recentemente conversando sobre este assunto e acredito que teremos o reembolso desses recursos neste ano”, informa Pavin.
A obra de canalização do Córrego Taióca, financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), também gerou prejuízo à autarquia. O banco atrasou R$ 3 milhões em repasses para a conclusão da obra. A revitalização do Córrego Taióca consiste na canalização, construção de um parque linear com avenida marginal, ciclovia e paisagismo, beneficiando os moradores de Santo André residentes em bairros como o Jardim Cristiane, Jardim Milena, Parque Alvorada e Jardim Las Vegas. A intervenção abrange a extensão das avenidas Brasília até a Pereira Barreto, contribuindo para minimizar o risco de enchentes na região. O projeto está orçado em R$ 18 milhões. “Se o Semasa não investe recursos próprios nas obras elas param e afetam a cidade”, destaca Pavin. Por fim, a obra emergencial nas margens do córrego Guaixaia, consumiu R$ 1,7 milhão dos recursos próprios da autarquia.
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